sexta-feira, 24 de julho de 2009


Rita Lee coloca plateia na mão em Garanhuns
Quem apostou na chuva, perdeu. A noite desse sábado em Garanhuns estava fria sim, mas ficou marcada pelo calor que emanou do palco da Praça Guadalajara. Se no Parque Euclides Dourado prevaleceu a variedade musical, na arena principal do Festival de Inverno o bom e velho rock and roll foi quem esquentou uma plateia estimada em 35 mil pessoas pela Polícia Militar.
Com ótimos shows de Mombojó, Rita Lee e Cachorro Grande, ficou aquele gostinho de “eu quero é rock” já na madrugada do domingo. Rita Lee, do alto de seus mais de 40 anos de carreira, não tem mais nada a provar a ninguém. A dinossaura, como ela mesma fez questão de se autodenominar, fez um show irretocável. Falante como sempre, a cantora se sentia em casa. Ladeada pelos guitarristas homens da família (o filho Beto Lee e o marido Roberto de Carvalho), a ex-Mutantes escolheu um repertório que privilegiou os aspectos mais animados de sua extensa discografia. Claro que houve espaço para baladas como Doce vampiro, mas Rita já adentrou o palco, faltando cinco minutinhos para a meia-noite, tocando Flagra, clássico tema da novela global Final feliz. E o povão gostando, como dizia uma certa propaganda dos anos 70.
Vestida de vermelho e preto, Rita Lee era ovacionada pela multidão a cada fim de música. Tendo Roberto de Carvalho em noite inspirada (com direito até a um momento solo), a cantora foi entretendo a plateia com piadas e tiradas bem humoradas. Ao cantar Sexo frágil e Todas as mulheres do mundo, dedicou as canções às mulheres presentes. Nunca o refrão “Não provoque, é cor-de-rosa-choque” foi tão cantado em uníssono. E as imagens belíssimas da atriz Leila Diniz, falecida em 1972, foram uma ótima maneira de contextualizar o discurso feminino (não feminista) da cantora. O momento mais inspirado do show foi quando Rita fez um “discurso”, elogiando o presidente dos Estados Unidos. “Fiz umas alterações na letra dessa música por causa daquele negão gostoso, que fala bonito e diz as coisas que o mundo queria ouvir! Aleluia, yes, we can!”, disse ela, para o delírio coletivo na Guadalajara. E emendou Bwana, com a devida mudança (“Obama, Obama”).
Rita Lee foi a atração principal na noite de sábado, mas antes e depois dela outros shows agradaram.

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