domingo, 13 de dezembro de 2009


Rita Lee comemora 40 anos de carreira em show este sábado na cidade

A Rita Lee que veio a Brasília no final da década de 1960 com a banda Tutti Frutti para apresentação no ginásio de esportes do Colégio Marista, na L2 Sul, é bem diferente da mamma do rock brasileiro que comemora 40 anos de carreira com a turnê do CD e DVD Multishow ao vivo. Da flauta doce do começo da trajetória, ao lado de Arnaldo Baptista e Sérgio Dias, no Mutantes, ao theremim de hoje, ela tornou-se um mito.

Intíma desse tal de rock ‘n’ roll entrou para a história da música popular brasileira como grande criadora e intérprete de canções dançantes, em que leva a temática das relações amorosas às últimas consequências e sempre chutando o pau da barraca da mesmice. É assim em seus registros fonográficos e mais ainda nas perfomances ao vivo, em shows nos quais, com propriedade e ironia, costuma fustigar políticos presentes na mídia pelos desmandos e irregularidades cometidos.

De volta à cidade, Rita ocupa o palco do Auditório Máster do Centro de Convenções Ulysses Guimarães com o espetáculo da turnê que estreou em maio no Vivo Rio (Rio de Janeiro) e depois passou por cidades do Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná, São Paulo, Minas Gerais, Espírito Santo e Piauí. Em sua companhia, está a banda que tem, entre os integrantes, o marido e guitarrista Roberto Carvalho, e o filho, também guitarrista, Beto Lee.

No roteiro do show, clássicos infalíveis como Ovelha negra, Doce vampiro, Mutante, Saúde, Cor de rosa choque, Flagra e Lança perfume se juntam à releitura da cantora para Vingativa (antigo sucesso das Frenéticas), à inédita Se manca, à homenagem aos companheiros tropicalistas com Baby (com citação de outras músicas de Caetano Veloso e Gilberto Gil), e à versão do clássico dos Beatles, de autoria de John Lennon e Paul McCartney, I want to hold your hand, que virou uma paródia forrozeira, sob o título O bode e a cabra.

Três perguntas para Rita Lee

Com 40 anos de estrada, fazer turnê, subir ao palco e cantar para grandes plateias ainda lhe dá prazer?
Sou uma pessoa privilegiada por trabalhar com música há tanto tempo e sobreviver dela. O meu prazer é dar prazer a quem vai me assistir.

No show você homenageia os colegas tropicalistas com Baby. Tem saudades da década de 1960?
Não sou saudosista, gosto do que é bom, e Baby é uma música genial. Embora tenha gravado O bode e a cabra no disco em homenagem aos Beatles, não podia cantá-la em shows.

Foi demorada a negociação para liberá-la?
Putz, durou oito anos até a japa (Yoko Ono) dar o seu ok. Nem por isso comecei a gostar dela.


Data: 11/12/2009
Autor: Irlam Rocha Lima
Fonte: Correio Braziliense

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